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What is Performance Studies?

Diana Taylor, Author

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W. B. Worthen





Entrevista com W. B. Worthen (2007)
W. B. Worthen é Professor da Cátedra Alice Brady Pels em Artes, Professor e Chefe do Departamento de Teatro na Barnard College, Columbia University; também atua como Co-Coordenador do programa de doutorado em Teatro, na Columbia, e é Professor da Divisão de Teatro da Escola de Artes, e do Departamento de Inglês e Literatura Comparada. Ele é autor de vários livros, incluindo The Idea of the Actor (Princeton University Press, 1984), Modern Drama and the Rhetoric of Theater (University of California Press, 1993), Shakespeare and the Force of Modern Performance (Cambridge University Press, 2002), Print and the Poetics of Modern Drama (Cambridge University Press, 2006), e Drama: Between Poetry and Performance (Wiley-Blackwell, 2010), e mais recentemente Shakespeare Performance Studies (Cambridge University Press, 2014). É também autor de livros didáticos amplamente utilizados sobre literatura dramática, os mais recentes são Wadsworth Anthology of Drama, e o premiado Modern Drama: Plays, Criticism, Theory. É o ex-editor das publicações acadêmicas Modern Drama e Theatre Journal, e seus artigos foram publicados em PMLA, Shakespeare Quarterly, TDR, Modern Drama, Performance Research, entre outras publicações. Worthen recebeu seu bacharelado em Inglês pela University of Massachusetts, e seu Ph.D. em Literatura Inglesa pela Princeton University. Ele já lecionou nas University of Texas em Austin, Northwestern University, University of California em Davis, University of California em Berkeley, e University of Michigan. Ele também é membro do corpo docente fundador do Centro Internacional para Estudos Avançados em Teatro, sediado na University of Helsinki, na Finlândia. Recebeu bolsas de estudo de várias fundações, como por exemplo, a National Endowment for the Humanities e a Guggenheim Foundation. Mais recentemente, está associado ao "Interweaving Performance Cultures" da International Research Center, Institute for Theater Studies, Freie Universität Berlin. Ele ensina uma grande variedade de cursos, em teoria do drama, do teatro e da performance. Worthen está concluindo um livro sobre tecnicalidades da performance.X


Diana Taylor: Bill, muito obrigada por ter vindo conversar conosco sobre os estudos da performance. Você poderia nos falar um pouco sobre você?

W. B. Worthen: Claro. Bem, eu estou agora lecionando na University of Michigan, nos Departamentos de Inglês e de Teatro. Já faz em bom tempo que eu estou em departamentos de Inglês e Teatro, apesar da minha formação ser originalmente em estudos literários, em inglês. Eu escrevi vários livros, alguns dos quais são sobre Shakespeare
- Worthen, William B. 1997. Shakespeare and the authority of performance. Cambridge: Cambridge University Press.
- _____. 2003. Shakespearean and the force of modern performance. Cambridge: Cambridge University Press.X
, o que me faz perguntar se a expressão “estudos de performance de Shakespeare” significa alguma coisa ou significa uma certa ausência, ou um oxímoro ou algo assim. E depois escrevi outras obras sobre performance moderna e contemporânea. Então, eu acho que a minha relação com os estudos da performance está principalmente ligada àquela interseção entre uma prática meio crítica, teórica e política, abordando principalmente a performance de teatro dramático com texto escrito, apesar de eu ter feito alguns outros trabalhos sobre performances não escritas, ao vivo, de histórias vivas também.

Diana: Então como você caracterizaria os estudos da performance? Ou quais seriam alguns dos seus traços distintivos, caso você não queira necessariamente dar uma definição?

Bill: Olha, você sabe que eu pensei sobre isso e… sabe, para mim é, eu não quero soar modesto ou evasivo, mas apesar do fato, eu acho, de que hoje os estudos da performance têm uma posição e presença institucional significativa, não apenas em departamentos específicos, mas também dentro do contexto das humanas e das artes, as pessoas fazendo estudos da performance em diversos tipos de departamentos, me parece que os estudos da performance, quando eu penso nisso, é ainda meio que uma metáfora, ou que a minha abordagem é meio metafórica. Eu considero os estudos da performance uma espécie de paisagem na qual há um tipo de terreno de problemas que várias pessoas estão tentando resolver ou enfrentar de modos diferentes. Você sabe que o Dwight Conquergood chamou isso de “caravana” há muito tempo atrás, e eu acho que essa ainda é uma maneira muito importante de se pensar sobre um campo de estudos: um grupo de pessoas que se reúnem, às vezes não para sempre, mas por um período de tempo, para trabalhar em algo ou para ir a algum lugar que eles têm interesse de ir, ou de fazer. Acho que, para mim, os estudos da performance, às vezes, é uma biblioteca, sabe, o seu livro e os livros de outras pessoas que estão na minha prateleira e que, para mim, são como um horizonte de pensamento por um certo tempo.

E eu acho, sabe, eu estava tentando pensar se eu considerava os estudos da performance como um campo. E às vezes eu acho que não, e eu acho que isso é uma coisa boa e ruim, no sentido de que uma das energias realmente animadora e rica dos estudos da performance é a sua falta de delimitação em torno do campo – você vai cavar até um certo ponto e depois tem que parar. Então a sua habilidade de colher de diferentes campos, de estar presente em campos onde os estudos da performance pareceriam, ou teriam parecido, você sabe, antes dos anos 60 e 70, simplesmente não ser um assunto, uma coisa sobre a qual não se pensava, ou uma espécie de... algo que você não poderia fazer. Isso tudo é ótimo. Eu acho que às vezes o único problema, especialmente para os acadêmicos mais jovens, trabalhando no campo dos estudos da performance, é que toda aquela vantagem que você tem ao trabalhar em uma disciplina tradicional — então, eis aqui a trajetória que você deve seguir, foi isso que as pessoas de sucesso fizeram — sabe, em muitos departamentos aquela pergunta da segunda entrevista: “Então, e quanto ao seu próximo livro?” Eu às vezes acho que a volatilidade interdisciplinar dos estudos da performance como um campo de pesquisa impõe às pessoas um segundo nível de dificuldade. Então, agora que eu trabalhei com este problema, qual é a relação dele com outros problemas nesse mesmo campo? E é por isso que eu às vezes acho que a noção de uma estrutura disciplinar singular, estabilizadora, às vezes não se aplica bem para descrever os estudos da performance. O que pode ser bom ou ruim.

“Eu sempre escrevi sobre performance quando escrevia sobre drama e teatro, mas também é óbvio que esse tipo de influência crítica e teórica sobre a performance como uma prática fora do âmbito do teatro com texto escrito trouxe à tona todo um complexo de questões de interpretação política que eu acho que eu não teria percebido.”


Diana: Não, eu concordo totalmente. Eu muitas vezes penso mais como uma pós-disciplina. As disciplinas são necessárias para ativar, para poder fazer os tipos de intervenções que as pessoas querem fazer. Eu concordo totalmente com você. E quanto ao seu próprio trabalho? De que modo o seu próprio trabalho tem sido motivado ou complicado... pela utilização dos estudos da performance como uma lente? Ou onde isso não funciona, onde não é útil?

Bill: É, sabe, eu estava, é engraçado, quando eu estava na pós-graduação e escrevendo o meu primeiro livro no final dos anos 70 e início dos anos 80, eu pensava que eu estava fazendo estudos da performance porque eu estava escrevendo sobre aspectos da performance na dramaturgia e na literatura. E eu acho que quando você volta àquela época, sabe, havia um famoso livro sobre Shakespeare chamado The Shakespeare Revolution Styan, J. L. 1977. The Shakespeare revolution: criticism and performance in the twentieth century. Cambridge: Cambridge University Press., e ele era revolucionário porque sugeria que a performance tinha uma espécie de vantagem crítica sobre a literatura. E aí você pensa, como é que você pode não ter entendido isso durante todo esse tempo, mas isso é exatamente uma decorrência do mapeamento disciplinar, que impedia o surgimento de certos tipos de trabalho. Eu acho que para mim, na verdade, os estudos da performance têm sido algo extremamente enriquecedor, tanto para o meu trabalho quanto para mim pessoalmente, eu acho. Eu sempre escrevi sobre performance quando escrevia sobre drama e teatro, mas também é óbvio que esse tipo de influência crítica e teórica sobre a performance como uma prática fora do âmbito do teatro com texto escrito trouxe à tona todo um complexo de questões de interpretação política que eu acho que eu não teria percebido, ou não teria percebido tão rapidamente, ou talvez não teria visto como urgente e como uma abordagem necessária.
Então, para mim, de certo modo, a discussão sobre a escrita na performance, a textualidade, o seu trabalho [da Diana Taylor] sobre o arquivoTaylor, Diana. 2013. O arquivo e o repertório: performance e memória cultural nas Américas. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2013., o trabalho de Dwight Conquergood, têm sugerido uma linha de diálogo e debate que tem me levado a pensar muito mais não apenas sobre manuscritos, oralidade e cultura impressa, e como isso se relaciona com a projeção da performance através da escrita e com a escrita, mas também sobre a performance digital, a cultura da informação, já que, logicamente, a performance digital também depende de uma espécie de escrita, só que não é um tipo de escrita que podemos ler diretamente, são nossas máquinas que estão lendo. Então, de certo modo, o que costumava chamar-se “performance multimídia”, mas que hoje está fazendo algo bem diferente – eu acabei de assistir ao Hamlet do The Wooster Group há algumas noites, e logicamente eles estão fazendo um trabalho maravilhoso, eu acho muito mais invasivo e produtivo, do que qualquer uma das críticas têm sugerido até agora – para mim, esse tipo de interface tem sido verdadeiramente rica. E isso me pôs em contato com pessoas que estão fazendo tipos de trabalho que eu não teria encontrado, eu acho, se tivesse me mantido dentro dos limites dos estudos do drama.

Diana
: Certo, certo. Não, eu acho que isso realmente é verdade, que isso efetivamente traz... isso amplia a discussão, como você falou naquela primeira imagem dos estudos da performance como uma paisagem. Traz à arena pessoas diferentes. Bem, muito obrigada por conversar conosco.

Bill
: De nada. Obrigado, obrigado.


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