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What is Performance Studies?

Diana Taylor, Author

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Tavia Nyong'o





Entrevista com Tavia Nyong'o (2007)

Tavia Nyong'o é Professor do Departmento dos Estudos da Performance na New York University. Tem pós-graduação em Estudos Sociais pela Wesleyan University, e obteve seu doutorado em Estudos Americanos pela Yale University. O professor Nyong’o é historiador cultural com enfoque na formação racial dos Estados Unidos nos séculos XIX e XX. Ministrou cursos sobre performance negra, sobre a história do corpo e sobre a performance subcultural. Proferiu palestras extensivamente nos Estados Unidos e em outros países, e publicou artigos e ensaios em publicações como Social Text, Theatre Journal, GLQ, TDR, e Women and Performance. É também editor da versão web da Social Text. Os interesses de pesquisa do professor Nyong'o’s incluem as interseções entre raça e sexualidade, arte visual e performance e história cultural. Investiga também sobre a performance na diáspora negra, estudos culturais, teoria queer e feminista, história e memória. Seu livro The Amalgamation Waltz: Race, Performance, and the Ruses of Memory (University of Minnesota Press 2009), investiga as práticas musicais, estéticas e políticas que unem as culturas negra e branca nos séculos XIX e XX. Suas bolsas de estudo e prêmios incluem: Marshall Scholarship; Jacob K. Javits Fellowship; Ford Foundation Doctoral Dissertation Fellowship; Graduate Fellow do Centro de Humanidades da Wesleyan; e Graduate Fellow do Centro de Humanidades Whitney da Yale University. Seu próximo livro, intitulado Race Against Time: Afrofabulation in Contemporary Black Art and Performance será publicado pela New York University Press.X



Diana Taylor: Tavia, muito obrigada por sua presença. Você poderia me falar um pouco sobre você e sobre o que você faz?

Tavia Nyong’o
: Ok. Eu leciono no Departamento de Estudos da Performance aqui [New York University] e, antes disso, eu estava na área de estudos americanos, onde eu fiz o meu doutorado. Além disso, eu trabalhei na área de estudos culturais em Birmingham, na Inglaterra, e a minha monografia de graduação foi sobre as festas drag na cidade de Nova York. Portanto, eu tenho me interessado pelos estudos da performance todo esse tempo, antes mesmo de eu saber que esse campo existia.

Diana
: Então, como você definiria os estudos da performance?

Tavia
: Oh, essa é uma pergunta bem difícil de responder. O que me atraiu para os estudos da performance foi inicialmente um interesse etnográfico. Quando eu estava desenvolvendo o meu trabalho sobre as festas drag, eu estava interessado na etnografia urbana, eu estava interessado em questões sobre raça e sexo e sexualidade no ambiente urbano. Ao longo do tempo, eu continuei buscando um precedente histórico e fiz uma pesquisa histórica sobre o desenvolvimento das festas, e fiquei fascinado por aquilo, pela história de uma performance velada, desconhecida. Acabei escrevendo uma tese sobre o século XIX, sobre a performance negra e a identidade nacional na era pré-guerra civil dos EUA [antebellum], o que eu considero uma progressão natural do meu interesse inicial pelas festas drag. Quando eu conheci o Joe Roach na Yale, ele foi co-orientador da minha tese e me introduziu aos estudos da performance propriamente ditos e eu entrei em contato com eles no nível de pós-graduação. Então foi, ao mesmo tempo, um modo de seguir os passos de um dos meus mentores e também de praticar uma espécie de história cultural que nem sempre é fácil de se fazer dentro do campo da história mesmo, por causa da atenção dedicada ao comportamento corporificado, à memória e a formas de evidências de arquivo que não são necessariamente parte da narrativa teleológica em geral. Então, para mim, os estudos da performance são tanto uma extensão quanto um diálogo com outras formas de história cultural.

“A performance realmente nos possibilita olhar para aquelas coisas que costumavam ser vistas como mais marginais ao ato de fazer/escrever a história como coisas mais centrais. Há uma grande interseção entre os estudos da performance e a história, porque quanto mais enfocamos os processos de fazer histórias, mais vivas serão as semelhanças entre esses processos.”



Diana
: E o que é peculiar a respeito dos estudos da performance? O que os estudos da performance como uma lente nos oferecem que talvez essas outras formas de história cultural, estudos culturais, estudos americanos não nos oferecem?

Tavia: Bem, todos esses campos de estudo têm ênfases diferentes e adotam diferentes literaturas. Para mim, no meu tipo de trabalho atual, eu estou interessado tanto na história das performances quanto na performance da história, e eu acho que este último aspecto dos estudos da performance, que implica presenciar, não somente fazer uma historiografia de performances específicas, mas também pensar na prática de fazer história como um processo de performance tanto em termos de performances quanto em termos da performatividade de coisas como a pesquisa em arquivos. Então, nas minhas aulas eu trabalho muito para fazer os estudantes encararem o arquivo não simplesmente como uma evidência transparente que nos leva de volta a um passado imaginado, mas como um tipo de prática cultural em si mesma, com as suas próprias formas de codificação e de narrativa implícita, antes mesmo de você narrativizá-la em sua pesquisa. E eu acho que isso vai bem de encontro ao espírito dos estudos da performance, porque você está olhando para a performatividade da prova documental paralelamente à performatividade do comportamento restaurado, ritual e cerimônia.

Diana
: Então, como você descreveria a relação entre a história e a performance, já que normalmente nós pensamos nelas como sendo antitéticas, como a performance referindo-se ao “agora” e ao “aqui” e a história referindo-se ao “passado” e, de certa forma, baseada em algum tipo de relato documentado do passado?

Tavia: Certamente. Algumas pessoas afirmam que estamos em meio a uma reviravolta performática na historiografia. Talvez sejam muito otimistas, mas acredito que há um crescente interesse entre os historiadores em relação aos estudos da performance e aos métodos de performance. E isso tem algo a ver com o interesse pelos campos mais relacionados à epistemologia da história, como a meta-história, ou a historiografia, a teoria histórica, dirigindo-se realmente mais para o centro do campo. Eu acho que a performance realmente nos possibilita olhar para essas coisas que costumavam ser vistas como mais marginais ao ato de fazer/escrever a história, como coisas mais centrais, na verdade. Então, para mim, eu acho que, apesar de a performance ser frequentemente entendida como sendo relativa ao “agora”, a história também é, ao meu ver, uma história do presente, ela é escrita a partir de um “agora” específico, em direção a um “agora” histórico, e portanto há, ou deveria haver, uma grande interseção e uma iluminação mútua (risadas) – provavelmente essa não foi uma boa escolha de palavras – entre os dois campos, porque quanto mais presenciamos os processos de fazer história, mais vivas serão as semelhanças entre esses processos e os modos através dos quais a cultura atua em geral.

Diana
: Bem, muito obrigada. Obrigada, Tavia.

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