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What is Performance Studies?

Diana Taylor, Author

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Daphne Brooks





Entrevista com Daphne Brooks (2007)

Daphne A. Brooks é Professora de Estudos Afro-Americanos, Estudos Teatrais e Estudos Americanos na Yale University, onde leciona cursos sobre literatura e cultura afro-americanas, estudos da performance, estudos críticos de gênero e cultura da música popular. É autora de dois livros: Bodies in Dissent: Spectacular Performances of Race and Freedom, 1850-1910 (Duke University Press, 2006), ganhador do The Errol Hill Award for Outstanding Scholarship on African-American Performance da American Society for Theatre Research (ASTR); e Jeff Buckley's Grace (Continuum, 2005). Atualmente, Brooks trabalha em um novo livro intitulado Subterranean Blues: Black Women and Sound Subcultures--from Minstrelsy through the New Millennium (Harvard University Press, a ser publicado). Ela é autora de vários artigos sobre raça, gênero, performance e cultura da música popular, tais como “Sister, Can you Line It Out?: Zora Neale Hurston & the Sound of Angular Black Womanhood” na Amerikastudien/American Studies, “’Puzzling the Intervals’: Blind Tom and the Poetics of the Sonic Slave Narrative” em The Oxford Handbook of the African American Slave Narrative, “Nina Simone’s Triple Play” em Callaloo; e “‘All That You Can't Leave Behind’: Surrogation & Black Female Soul Singing in the Age of Catastrophe” na Meridians. Brooks é também autora das notas para The complete Tammi Terrell (Universal A&R, 2010) e Take a Look: Aretha Franklin Complete on Columbia (Sony, 2011), ambos ganhadores do ASCAP Deems Taylor Award por melhor livro sobre música. Ela é editora de The Great Escapes: The Narratives of William Wells Brown, Henry Box Brown, and William Craft (Barnes & Noble Classics 2007) e o volume The Performing Arts da série The Black Experience in the Western Hemisphere Series, editado por Howard Dodson e Colin Palmer (Pro-Quest Information & Learning, 2006).

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Diana Taylor: Muito obrigada por ter vindo e por conversar conosco. Você poderia me falar um pouco sobre você?

Daphne Brooks: Claro, eu sou Daphne Brooks, eu leciono nos Departamentos de Inglês e de Estudos Afro-Americanos na Princeton University. Os meus campos de especialização incluem o estudo da performance cultural literária afro-americana, especialmente no século XIX, e cultura transatlântica. E ainda o estudo da música popular no contexto contemporâneo, então eu trabalho como crítica de rock nas horas vagas, e escrevo de diversas maneiras sobre a performance do rock desde os anos 60 até hoje. Eu tenho dois livros, um deles, Bodies in Dissent
Brooks, Daphne. 2006. Bodies in dissent: spectacular performances of race and freedom, 1850-1910. Durham: Duke University Press.
[Corpos em Dissenso], enfoca a cultura de performance transatlântica, espetáculos sobre raça e sobre o corpo de 1850 a 1910; e depois eu tenho esse outro peculiar livrinho que é sobre esse meu outro lado peculiar, chama-se Jeff Buckley's Grace
BROOKS, Daphne A. 2005. Jeff Buckley's "Grace". New York: Continuum.
[A Graça de Jeff Buckley] e é sobre esse já falecido, fabuloso músico branco, cantor de rock, que se afogou no Rio Mississippi em 1997 e que incorporou de Nina Simone a Led Zeppelin e que foi realmente, para mim, uma espécie de representação icônica da política de identificação racial complexa posterior ao movimento pelos direitos civis. Esse é o tipo de coisa que me interessa, e os estudos da performance tem realmente me possibilitado circular de maneiras fluidas, e eu espero aventureiras ao longo do espectro de pensamento sobre momentos culturais com corporeidade e ao vivo, na cultura dos Estados Unidos.

Diana: Como você definiria os estudos da performance?

Daphne: Oh, como alguém pode definir os estudos da performance? Eu posso apenas falar sobre isso em relação a mim e à minha evolução acadêmica, e para mim isso representou um campo que, quando eu estava tomando consciência enquanto acadêmica, me permitiu pensar em ampliar a minha exploração analítica sobre a produção cultural negra. Então, por exemplo, eu imaginei, quando eu comecei minha pós-graduação, que eu iria trabalhar com o discurso literário negro no século XIX e eu imediatamente concluí que o modo pelo qual eu queria analisar esses textos, desde Phillis Wheatley até Frederick Douglass e Holly Hopkins, como textos vivos, era posicionando esses momentos discursivos em relação aos locais de atuação cultural corporificada que vários artistas negros estavam desenvolvendo e improvisando na era pré- e pós-guerra [Guerra Civil dos EUA], então, para mim, os estudos da performance constituem uma disciplina que permite contextualizar radicalmente o nosso modo de pensar sobre a produção cultural e, como uma acadêmica feminista negra, isso me possibilita pensar sobre o corpo e o corpóreo como um elemento central na nossa compreensão de produção cultural. Então, o que é estudos da performance? É pensar sobre a corporeidade como algo que, de algum modo, enriquece a nossa compreensão do texto. Essa é uma das maneiras que eu penso sobre isso. Eu tenho certeza de que há várias maneiras, eu poderia continuar insistindo.

“Para mim, os estudos da performance são uma disciplina que lhe permite contextualizar radicalmente o nosso modo de pensar sobre a produção cultural e, como uma acadêmica feminista negra, isso me possibilita pensar sobre o corpo e o corpóreo como um elemento central ao nosso entendimento de produção cultural. Então, o que são os estudos da performance? É pensar sobre a incorporação como algo, de algum modo, enriquecedor ao nosso entendimento do texto.”


Diana: Não, claro, cada um tem a sua própria definição. Algumas pessoas têm falado sobre os estudos da performance como uma disciplina, alguns dizem que não é uma disciplina, outras pessoas dizem que é uma pós-disciplina; você mencionou uma disciplina, então eu queria esclarecer se você pensa assim, ou se você tem alguma ideia de como você os qualificaria.

Daphne: Wow. Eu acho que é uma disciplina, mas é também uma metodologia que atravessa a minha matriz disciplinar, que são os estudos afro-americano e o inglês. Eu acho que pode ser as duas coisas. Eu gosto de pensar sobre mim mesma como sendo interdisciplinar desde o princípio, como alguém que se imaginou uma acadêmica dos estudos negros, mas o foco sempre foi o de pensar heterogeneamente sobre as disciplinas, então eu acho que essa heterogeneidade, para mim, representa uma disciplina para mim, mas é também uma metodologia. Isso é um pouco tortuoso.

Diana: Então que tipos de coisas a performance ou os estudos da performance lhe possibilita fazer que você não poderia fazer através, digamos, da análise textual? De que modo o seu trabalho é diferente por você abordá-lo através desse ângulo que você adotou?

Daphne: Claro, você sabe, quando eu estava pensando sobre a minha pesquisa para Bodies in Dissent, eu estava tentando imaginar um modo de entender uma multiplicidade e leque de textos que conversavam uns com os outros e, para mim, os instrumentos metodológicos que eu pude utilizar nos estudos da performance me possibilitaram criar um tipo de cenário mais amplo, mais rico, mais colorido – uma espécie de constelação de momentos que eu poderia transformar em uma narrativa que fosse capaz de marcar historicamente vários momentos críticos na história afro-americana. Portanto o ponto era, na realidade, tentar utilizar os estudos da performance como uma forma de reunir as ricas e multifacetadas formas pelas quais a vida cotidiana é realmente importante para os afro-americanos, e eu acho que isso me ajuda em termos de arquivo, porque eu queria poder entender como esses textos estavam vivos. Dentro da opaca esfera do arquivo, eu queria poder trazê-los de volta à vida e entender como eles tinham sido produzidos e apresentados na sua própria época. Eu acho que os estudos da performance realmente serviram como um portal para que eu pudesse pensar de maneiras imaginativas sobre como esses textos ganharam vida.

Diana: Muito obrigada, é tão interessante.

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